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Discurso no Lançamento
da Candidatura ao Estado do Rio de Janeiro - 1982
A honra do lançamento
de nosso nome como candidato ao Governo do Estado do Rio de
Janeiro pelo PDS, que ocorre neste momento, não é
maior, podemos afirmá-lo, do que a consciência que
temos das altas responsabilidades que esta candidatura representa
para nós.
Temos dedicado toda
nossa vida à causa pública, como participante do
Poder Executivo, na qualidade de técnico e administrador,
isto, no entanto, sem fugir às responsabilidades políticas
inerentes a cargos por nós exercidos, durante mais de 30
anos.
É fundamental
dizer que a nossa participação, agora, na Política,
não foi por nós pleiteada; acreditamos tenha sido
ela fruto de nosso trabalho, reconhecido pelas lideranças
políticas que a conduziram, na esperança de que o
leitor de hoje, altamente politizado, saberá escolher nomes
que tragam idéias, experiências, realizações
e austeridade, no trato dos serviços públicos.
Sempre fomos ardorosos
defensores de que, no final de tudo, Administração e
Política têm que estar intimamente ligadas, até
porque, os atos administrativos significam a execução
sistemática daquilo que emana da Política adotada
pelo Governo, em um dado momento.
Lembramos aqui, por
oportuno, que a Ciência Política é aquela que
intenta formular princípios aplicáveis à direção
dos povos, disciplina da sociedade, conduta dos governantes e
governados, origens, fins, estrutura, evolução,
natureza e organização do Estado. Em uma palavra: a
Ciência Política é aquela que se ocupa do
Estado, de maneira, ao mesmo tempo, a mais genérica e a
mais particular possível.
Trouxemos estas
considerações para explicar que, cada um de nós,
no Executivo, no Legislativo, no Judiciário, nas agremiações
político partidárias, nas comunidades, contribui,
direta ou indiretamente, para a realização plena da
Política, dentro da sua concepção, tanto teórica
como prática.
Já ficou de há
muito afastada aquela idéia de que um administrador eficaz
era aquele que agia como um gerente, por se entender que a
Administração Pública, à semelhança
da Administração de Empresas, seria um "vasto
campo de negócios, completamente apartado da política".
Para nós - e
este é o pensamento hoje dominante - Política e
Administração se complementam, sendo uma o reflexo
da outra: boa a Política, boa a Administração.
Achamos, nesta, ordem de idéias, que a Política,
entendida em termos altos, deve penetrar até determinado
universo, na Administração Pública, para que
esta siga a filosofia que a Política inspira e as
diretrizes que dela emanam.
Só assim
compreendemos a validade da existência de vários
partidos políticos, que representam segmentos da sociedade,
refletindo a sua própria maneira de encarar e resolver os
complexos problemas do Estado, bem como - o que é muito
importante - expressando ideologias, que, traduzidas em programas
de ação, melhor consultem os legítimos
interesses, as aspirações, as crenças e as
tradições dos eleitores, que se constituem nas
verdadeiras bases dos partidos políticos.
A nossa formação
política é democrática e cristã, sem
radicalismos. Adotamos, também, uma filosofia que, no seu
comportamento e nos seus objetivos, se traduz nestas idéias:
atuação firme, decidida e sem equívocos, leal
e responsável, recusando qualquer compromisso, direto ou
indireto, com aquelas áreas do pensamento político,
que se dizem democráticas, para, com mais segurança,
atraiçoar e liquidar a democracia.
Apresentamo-nos com um
elenco de obras realizadas verdadeiramente grandiosas e do maior
alcance social, obras que vieram atender, não apenas à
capital mas a todo o interior, particularmente, às
necessidades das populações mais carentes,
enfrentando os maiores desafios que administrações
anteriores não tiveram disposição para aceitá-los
e resolvê-los.
Mas, esta nossa
participação no partido com honrosa indicação
para candidato ao Governo do Estado do Rio de Janeiro está,
também, alicerçada no que consta do seu manifesto e
do eu programa. Dois itens dos princípios fundamentais
desse programa nos chamaram particularmente a atenção:
o do homem e o da família. Realmente, a pessoa humana é
e deve ser o princípio, o sujeito e o fim de todas as
instituições sociais; e não temos dúvida
de que a família constitui o fundamento da sociedade. Tudo
o mais que o homem público projeta, em seu trabalho, haverá
de estar centrado nestes dois pontos.
Encerramos este nosso
pronunciamento, com agradecimentos, os mais sinceros, à
Direção Nacional e ao Diretório Regional do
Partido, que acolheram nosso nome para a disputa do Governo do
Estado.
Não podemos,
por outro lado, omitir o nosso reconhecimento pela generosa indicação
das bancadas federal e estadual e, sobretudo, conclamar todos os
nossos correligionários e o valoroso povo deste Estado para
uma participação ativa na campanha eleitoral que nos
conduza à vitória nas urnas.
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