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Chácaras-Pilotos ("Fermes-Pilotes")
Emílio
Ibrahim
A Secretaria de Obras e Serviços
Públicos do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio
da CERJ, executou um amplo programa de eletrificação
rural em diversos municípios do Estado, visando a uma política
voltada para a fixação das populações
interioranas no campo, oferecendo-lhes melhores condições
de vida e trabalho.
Com esse objetivo, a Secretaria de
Obras visualizou a possibilidade de estabelecer o programa "Propriedade
Rural Piloto", inspirado em experiência francesa, ao
tomar conhecimento do Relatório de Estágio na França,
elaborado pelo Eng. Natércio Pereira, presidente da CERJ.
Por meio da CEDAE, CERJ, CEG, CEHAB
e FEEMA, a Secretaria de Obras criou um plano, com atuação
integrada dessas empresas, propiciando, a baixo custo, a oferta de
seus serviços, tais como: eletrificação
rural, energia calorífica, abastecimento de água e
casas populares, com planejamento abrangente, provendo assistência
médica e social, bem como educação e lazer.
A Secretaria de Agricultura e
Abastecimento, por intermédio da EMATER - Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural - encarregou-se de projetar
e implementar assistência técnica e demais atividades
relacionadas com os aspectos propriamente rurais do
empreendimento, orientadas para a melhora da qualidade de vida dos
trabalhadores e para o aumento da produtividade agropecuária.
A Secretaria de Obras manifestou o
propósito de implantar a 1a unidade do projeto "Propriedade
Rural Piloto", em Colônia, 4º Distrito de São
Fidélis.
À guisa de ilustração,
reproduzimos abaixo dados básicos de uma monografia sobre
uma Chácara-Piloto, eletrificada, de propriedade da família
Bouillon, composta de 5 pessoas, sendo a propriedade situada no
Departamento de "La Mayenne", na França, estável
pela produção agrícola em relação
à sua pequena área de 5 ha. A transformação
das culturas teve início em abril de 1959 e os números
comparativos, abaixo transcritos, retratam as condições
da chácara em análise, em dois anos distintos, 1958
e 1960.
Repartição
das Culturas |
|
1958 |
1960 |
Campos Permanentes |
4 ha |
0,6 ha |
Campos Temporários |
0 ha |
4 ha |
Trigo |
1 ha |
0 ha |
Outras |
0 ha |
0,4 ha |
Evolução
do Gado |
|
1958 |
1960 |
Vacas Leiteiras |
4 ha |
4 ha |
Fêmeas de 0 a 1 ano |
0 ha |
4 ha |
Fêmeas de 1 a 2 ano |
0 ha |
3ha |
Macho para corte |
1 ha |
0 ha |
Reserva
para Alimentação de Inverno |
|
1958 |
1960 |
Feno |
7 ton |
15 ton |
Silo |
0 ton |
50 ton |
As 50 ton de silo são
oriundas de uma superfície de campo de 2,2 ha e as 15 ton
de feno de 1/10 do corte na mesma superfície.
Porcos |
|
1958 |
1960 |
Para reprodução |
2 |
11 |
(Large White) |
0 |
1 |
Porcos de Engorda |
16 |
68 |
Pequenas
Criações |
|
1958 |
1960 |
Galinhas Poedeiras |
25 |
250 |
Perus |
0 |
15 |
Patos |
5 |
25 |
Coelhos |
5 |
70 |
Os melhoramentos de habitação
e construção de um galpão foram realizados
pelos operários especializados locais, entre os meses de
julho a outubro de 1958.
- melhoramentos na habitação
- transformação do
edifício
- eletrificação
- instalação de uma
moto-bomba
- aquecimento central
- restauração de
fachada.
1958 |
1958 |
1 cozinha com leitos
1 sala comum com leitos
1 adega |
1 cozinha / sala de jantar
1 sala de almoço
3 quartos
1 sala de água
1 depósito
1 instalação
sanitária
1 despensa |
Construção do galpão,
compreendendo:
- 1 pocilga com 7 dependências
- 1 estábulo para 5 vacas
- 1 sala de preparação
de alimentos
- 1 local de estocagem de forragem
- 1 celeiro
Pessoalmente, o proprietário
construiu:
- 1 plataforma de esterco
- 1 galinheiro
- 1 pocilga de criação
- 1 silo-comedor de 7,50 x 4,00 m
Equipamento Elétrico:
- Iluminação,
incluindo a iluminação dos galinheiros
- pequenos aparelhos eletrodomésticos
- fogão elétrico de
4 placas
- caixa d'água quente de
150 litros
- caixas d'água mistas de
700 litros, para utilização em limpeza de
resfriamento do leite
- máquina de lavar
com aquecimento elétrico
- misturador de rações
para os porcos
- bomba de esterco
Despesas realizadas:
|
NF |
Para a casa de habitação |
10.850 |
Para o galpão |
16.820 |
Mobiliário e aparelhagem |
7.940 |
|
35.610 |
Financiamento dos Trabalhos:
Subvenção do
Departamento de Atividades Rurais |
4.000 |
Subvenção do Frio
Rural |
600 |
|
4.600 |
Empréstimo do Crédito
Agrícola - 6% aa em 9 anos |
12.000 |
Empréstimo do Crédito
Agrícola - 3% aa em 9 anos |
7.000 |
|
19.000 |
Total das Subvenções
e Empréstimos |
23.600 |
A diferença entre as
despesas realizadas e o total das Subvenções e Empréstimos
representa o aporte pessoal do proprietário, no total de
12.010 NF.
Anuidades:
Empréstimo de 12.000 NF |
1.764 NF |
Empréstimo de 7.000 NF |
899 |
|
2.663 NF |
O proprietário beneficia-se
de salário-família (4 filhos) no total de 564
NF/ano. Logo, os encargos anuais foram de 2.099 NF.
Recursos:
- salário anual do proprietários
- venda de porcos de engorda
(cerca de 200 porcos/ano)
- venda de leite
- venda de ovos e galinhas
Tarifas de Eletricidade:
- Para água quente -
tarifas de horas vazias
- Para o resto da instalação
- tarifa doméstica a 3 blocos (7KW)
Despesas de Eletricidade:
Tarifa Doméstica |
Tarifa de
horas vazias |
Total |
kWh |
NF |
kWh |
NF |
kWh |
NF |
3.642 |
470,69 |
3.808 |
233,60 |
7.450 |
704,38 |
Despesas médias diárias
com eletricidade: 704,38/365 = 1,92NF
É oportuno mencionar que não
existem montantes fixos relativamente às subvenções
e aos empréstimos. Cada caso é analisado per si. Os
prazos e os juros dos empréstimos, estes sim, já estão
estabelecidos "a priori", isto é, uma parte a
juros de 6% aa e prazo de 9 anos, e a outra a juros de 3% aa e
também a prazo de 9 anos. Esses empréstimos sao
concedidos pelo Crédito Agrícola.
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