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Gente Tricolor
Emílio Ibrahim Refez o Maracanã
A construção de um
estádio para 60 mil espectadores na Baixada Fluminense é
uma das medidas preconizadas pelo ex-jogador do Fluminense e atual
Secretário de Obras e Serviços Públicos do
Estado, engenheiro Emílio Ibrahim.
Mineiro de Mariana, 52 anos,
respeitado tanto como administrador e homem público quanto
como desportista, ele acompanha atentamente "todas as jogadas
do futebol brasileiro, dentro e fora do campo".
- "Poderão dizer
que, em vez do estádio, a Baixada Fluminense, hoje com
cerca de 3 milhões de habitantes, precisa de melhores condições
de vida e moradia; que o dinheiro poderá ser aplicado em
escolas; e por aí afora. Concordo. Acho a Baixada
Fluminense o próprio caos urbano. É uma área
praticamente desordenada, que se fez de forma marginal e com base
no desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro. Nela, vamos, neste
governo, colocar água. Vamos também iniciar um
trabalho para esgotamento sanitário da área. São
obras que vão demorar três anos. Mas, por que não
pensar no lazer da população de lá? Futebol,
na minha maneira de entender, é uma das mais sadias formas
de lazer humano".
Relembrando que o decreto, que
gerou a construção do Maracanã, autorizava
também a criação de um estádio de
porte médio, para 60 mil pessoas, na região da
Leopoldina para atender à população suburbana
na cidade e desafogar o Maracanã. Emílio Ibrahim diz
"que é uma questão de bom senso transferir
o que a Lei prevê para a Baixada Fluminense".
- "Acho que o Estado e a
iniciativa privada poderiam unir-se para a construção
desse estádio" - sustenta o Secretário
asseverando que tal estádio serviria também como
ponto de fortalecimento do futebol carioca.
- "O Brasil tem o melhor
futebol do mundo. O Rio tem o maior estádio do Brasil.
Logo, é aqui que está o melhor futebol do país.
Temos que cultivá-lo, incentivá-lo".
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Mirim, Helvio, Índio,
Emílio e Orlando no vestiário, antes do jogo:
Fluminense 2 x Cruzeiro 1 - O Jornal, 15/05/1948 |
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Emílio Ibrahim - no futebol,
apenas Emilio - formou na linha do Fluminense em 48 e 49, quando
abandonou o futebol porque não era possível, na época,
conciliá-lo com os currículos na Escola Nacional de
Engenharia do Largo de São Francisco. Depois de rápida
passagem pelo Atlético Mineiro, chegou às
Laranjeiras levado por Carlos Nascimento e pelo técnico
Ondino Vieira. Já em 48, sagrou-se campeão do
Torneio Municipal, sendo vice-artilheiro do time, com nove gols.
Jogou ao lado de Santo Cristo, Rodrigues, Índio, Mirim, Hélvio,
Ariosto, Simões, Cento e Nove, Castilho. Muitos deles, Emílio
Ibrahim colocaria mais tarde na ADEG (hoje SUDERJ) que ele dirigiu
no Governo Carlos Lacerda, coordenando então as obras de
conclusão do Maracanã, inacabado desde a Copa de 50.
Nos anos de 63 e 64, a crônica
esportiva o elegeu sucessivamente "Desportista do Ano",
por seu trabalho no Maracanã e ainda pela fundação
da FUGAP e criação das "escolinhas de futebol".
Entrevista à Revista do
Fluminense Futebol Clube em 1980.
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