O famoso grupo de futebol do
Ginásio Arquidiocesano de Ouro Preto, em 1941, com os
saudosos professores: Padre Rocha, Padre Lobo (diretor), Padre
Mendes e José Benedito.
O centro-avante Emílio (15 anos) pertencia à
classe dos menores, mas já participava do quadro
principal daquele tradicional Ginásio, que era assim
formado: Athos Borato, J. Lourenço, J. Pimenta,
Caratinga, Hélio Gomes, Murilo, Luiz Maria, Hugo Rodarte,
Emílio Ibrahim, Waldemar e Paulo Emílio. No jogo de estreia, o Colégio
Arquidiocesano venceu o Colégio Municipal por 5x2.
Artilheiros: Emílio (2), Luís Maria, Paulo Emílio e Waldemar.
O reencontro dos lugares e das pessoas é como a redescoberta do tempo.
Dizem que recordar é viver. Pode ser um lugar comum, mas o dito faz parte das coisas simples e, por isto mesmo, jamais perderá seu significado.
Sentimos esta verdade ao reencontrar antigos professores e colegas, ao rever os mesmos lugares que percorremos na nossa juventude.
Hoje, sentimos, em nosso interior, aquela doce saudade dos tempos felizes em que aqui convivemos, compartilhando as alegrias, as esperanças e os sonhos da adolescência.
É bom recordar, é bom rever lugares e reencontrar velhos amigos de um passado que jamais nos sai da lembrança.
O tempo passa, mas as lembranças ficam; lembranças dos estudos, lembranças do zelo e carinho dos nossos mestres, lembranças dos folguedos. Parece que tudo foi ontem.
Recordamo-nos, com saudade, do quadro de futebol, cujo técnico era o jovem professor José Benedito. Dois craques da época: Padre Mendes, um grande centro-médio e Padre Carmélio, um magnífico centro-avante.
Tudo isso serve para lembrar o clima de respeitosa camaradagem entre professores e alunos, que perdura até os nossos dias.
E, por falar em futebol, nunca poderemos afastar da lembrança aquele que foi o maior acontecimento esportivo da época: a grande vitória de 5 x 2 do Arquidiocesano sobre o Colégio Municipal.
Tempos bons, tempos que marcaram, sobretudo, o início de nossa formação cristã, as bases fundamentais de nossa educação e instrução. Mesmo sem sentir, naquela vida aparentemente despreocupada de jovens, íamos adquirindo cultura, noções de responsabilidade, enfim todos aqueles conhecimentos que tanto nos serviram no exercício das diversas profissões a que nos dedicamos.
Pessoalmente, acreditamos que a nossa formação cristã e os conhecimentos que o Colégio Arquidiocesano nos proporcionou foram e são os fatores decisivos nos êxitos alcançados na nossa vida pública. Eles sempre nortearam as nossas ações que, até hoje, não nos decepcionaram perante Deus, perante nossa própria consciência e perante a opinião pública.
Os reencontros, como este, têm muito da "Volta à Casa Paterna", de que nos fala o poeta. Têm, como dissemos de início, o gosto doce de uma saudade.
Muitos já partiram para outra vida. Deles nos recordamos com saudade maior, pedindo a Deus pelo descanso eterno de suas vidas.
Sejam, pois, as nossas preces em memória dos colegas e mestres já falecidos, lembrando com especial carinho do saudoso Padre Lobo, nosso estimado Diretor, do querido Padre Rocha e do bom amigo saudoso professor Cláudio Smalek.
Desejamos manifestar os nossos agradecimentos aos que tiveram a feliz iniciativa de nos proporcionar este reencontro, na esperança de que eles venham a se repetir com mais freqüência, pelo menos, uma vez em cada ano, nesta mesma data que é tão significativa para nós.
Formulamos, ao término destas breves palavras, votos de toda a felicidade para os nossos mestres e colegas, votos estes extensivos aos seus familiares.
Discurso, em 30 de maio de 1981.