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Implantação da
Companhia Estadual de Limpeza Urbana - CELURB, hoje COMLURB
Estamos vivendo um momento histórico
na vida administrativa do Estado da Guanabara, em especial da
Secretaria de Obras Públicas. Com a extinção
da SURSAN e conseqüente reorganização que a ela
se seguiu, para atender a uma realidade, terminamos uma importante
etapa para iniciar outra, ainda mais importante, porque de cunho
mais permanente, aproveitando-se a grande experiência e as
lições do passado.
Criada pela Lei nº 899, de
28/11/1957, a SURSAN, inspirada nas mesmas bases do famoso Projeto
1.000, já surgiu com um certo atraso em relação
às exigências da época. A SURSAN, na
realidade, embora constituída como autarquia, simbolizava
um plano ambicioso de trabalhos, com prazo certo para sua realização.
Jamais pretenderam os seus idealizadores dar-lhe sentido
definitivo. Todos reconhecem o enorme acervo de serviços, a
importância qualitativa e quantitativa de tudo o que, em
termos de resultados positivos, a cidade recebeu sob os auspícios
desse órgão, cuja missão agora terminou.
Concluídos os planos, cumprida a tarefa, restaria ao
Governo decidir sobre a conveniência de manter viva a
autarquia. Circunstâncias várias, dentre as quais se
incluem as maiores facilidades criadas com o advento do Código
de Administração Financeira, de um lado, e, de
outro, a necessidade de coordenação e controle mais
efetivo dos serviços, somente possíveis por meio da
administração centralizada, aconselharam o atual
Governo, destacando-se neste passo, a larga visão do
eminente Governador Chagas Freitas, a optar por uma outra forma de
administrar os setores de trabalho antes da competência da
SURSAN. Dentro da política de desautarquização,
contando com a efetiva participação da Secretaria de
Planejamento e Coordenação Geral, chegamos à
conclusão de que a administração estadual
deveria marchar para dois extremos: centralização,
por meio dos órgãos da administração
direta, ou descentralização por intermédio de
Empresas Públicas ou de Sociedades de Economia Mista, de
administração indireta.
A maior flexibilidade na administração
financeira, que antes justificava a existência de
autarquias, já não é mais fator tão
preponderante, por que, como dito anteriormente, ela hoje é
perfeitamente possível de ser exercida, por órgão
da administração centralizada, de acordo com as
inovações trazidas pelo novo Código de
Administração Financeira.
Sabe-se que o exercício
pleno da atividade administrativa para determinados serviços,
em termos de planejamento global, hierarquia, processos de decisão,
alcance de controle e coordenação, a forma
centralizada é tida como ideal, porque a mais segura,
permitindo, como permite, um conhecimento mais abrangente e
efetivo, por parte dos dirigentes, da situação dos órgãos
sob seu comando ou direção.
É claro que a grande
amplitude e a complexidade dos negócios públicos nos
levam à necessidade de descentralizar e delegar competência.
Melhor, mais conveniente, neste particular, é o Governo
criar Empresas Públicas, porém, segundo estudos e
critérios rigorosos que indiquem ser de fato esta a forma
ideal de administrar.
Dentro desta ordem de idéias,
com a extinção da SURSAN, resolveu o Governo Chagas
Freitas, como primeira etapa, instituir a ESAG que, já
implantada, começa a destacar-se, no contexto geral da
administração estadual.
Em prosseguimento a esse programa,
temos hoje a satisfação de ver constituída
mais outra empresa pública - a CELURB - e ver empossada a
sua nova Diretoria, à frente da qual estará o nosso
colega e companheiro de trabalho, Engenheiro João Affonso
Saint Martin.
Estamos certos de que, para o
problema da limpeza urbana - como ocorreu com o esgotamento sanitário
- é esta a forma mais conveniente de resolvê-lo, em
termos de moderna administração.
Já quanto aos restantes órgãos
da SURSAN, optou o Governo pelo seu agrupamento em duas grandes
Coordenações, uma de Obras de Urbanização,
outra de Obras de Conservação e de um Departamento
Geral de Projetos, que incorporam também os órgãos
antes ligados às Secretarias de Educação e Saúde,
pertinentes à construção de escolas e
hospitais.
À Coordenação
de Obras de Urbanização está entregue um
grande plano de realizações dentro da Secretaria de
Obras Públicas. Além da continuidade na construção
do Viaduto de Mangueira e do Túnel Frei Caneca, iniciamos a
ligação viária Túnel Santa Bárbara
- Av. Brasil e o Túnel Extravasor, obra de maior importância
para o combate às enchentes de uma grande região da
cidade, objeto de projeto já encaminhado ao BNH, que
financiará a referida obra.
Sem diminuir a importância
das obras novas - que de resto é por demais evidente - não
podemos deixar sem registro que a instituição de uma
Coordenação de Obras de Conservação,
com o mesmo porte da de Obras de Urbanização, talvez
por se constituir em um anseio nosso, diríamos mesmo um
velho sonho, tem para nós o significado de algo muito
importante para a cidade; afinal, preocupados com obras novas
devemos cuidar sempre de manter as que já foram executadas.
Poderemos, assim, assegurar uma manutenção mais
efetiva, em termos de conservação e criação
de áreas verdes, praças, limpezas de galerias,
pavimentação de ruas e serviços outros do
mesmo tipo para todo o Estado.
Já, no início de suas
atividades, caberá à Coordenação de
Obras de Conservação a tarefa de executar a
pavimentação de 216 logradouros do Estado,
localizados nas zonas suburbana e rural da cidade.
Enorme soma de encargos caberá,
pois, ao atual Secretario de Obras, para a qual não poupará
dedicação, nem esforços, esperando a cooperação
de todos os servidores, que estão convocados para a missão
de concluir o grandioso plano de obras programado pelo atual
Governo do Estado.
Que as nossas palavras finais sejam
de congratulações com os dirigentes ora empossados,
augurando uma feliz e profícua administração à
frente de tão importantes órgãos da
Secretaria de Obras Publicas, assegurando-lhes, desde já, o
nosso decidido apoio a toda ação no cumprimento da árdua
tarefa que lhes incumbe realizar.
Discurso em 1972.
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